

Posto militar avançado na Terra Azul
Descobrindo emoçoes entre os humanos – o relato de Lea.
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Génese
Chamam-me Lea, o nome que ficou a partir de algumas das letras que faziam parte do meu número de série. Sou uma androide e fui criada por uma equipa, algures no meio de uma floresta no centro da velha Europa. O chefe da equipa, Gil, era um cientista de ar bondoso, a que me habituei a chamar Pai – um homem de longos cabelos brancos , que me foi fazendo sucessivos aperfeiçoamentos e updates até falecer.
Nao tive infância, fui criada à partida à imagem de uma mulher adulta de vinte anos, com características bem femininas – cintura delgada, ancas largas, seios salientes, cabelo comprido castanho a tocar os ombros, um rosto bonito. Passava muito do meu tempo com Gil, que constantemente rabiscava num bloco de apontamentos e me observava, enquanto eu estudava e lia. Ocasionalmente passeávamos os dois na floresta em redor do Bloco, e ouvíamos os gritos dos pássaros; ele sorria. Por vezes conduzia-me à sala de operações, onde eu me estendia numa mesa e perdia o conhecimento de mim mesma por algumas horas enquanto era , por assim dizer, melhorada.
Gil morreu um dia vitimado por um cancro. Fui autorizada a presenciar o seu enterro na terra gelada. Eu não tinha emoções e procurava silenciosamente dentro de mim os meus sentimentos por ele. A morte de alguém era-me desconhecida até ali. Só me apercebia de uma sensação de vazio, e perda de finalidade. Que aconteceria a seguir? Quem era eu? Quem faria o papel de Gil na minha etapa seguinte?
Por fim, a Direção do Bloco Beta determinou que eu seria destacada para uma base avançada do exército na Terra Azul, conhecida por esse nome devido à muito particular terra azulada do local. Ali se desenrolava sem descanso uma guerra de guerrilha contra a nossa ocupação militar. Não era aconselhável dizê-lo, mas a guerra arrastava-se há mais de uma década, sem solução possível, contra um inimigo que raramente víamos . O movimento que nos combatia, no entanto, como muitos outros movimentos que se intitulam de libertadores, nada tinha de libertador, e o seu fim era substituir o sistema existente por um seu próprio, uma ditadura com regras rígidas para a sociedade e um projeto de submissão das mulheres, que seriam reduzidas ao papel de fabricantes de homens, esses sim os preferidos de Deus, também ele um homem.
Segunda etapa: o amor do Caçador
Fui colocada num Grupo de apoio ao exército, e responsabilizada pela secretaria. Os nossos cem soldados eram uma força de limpeza, consertando veículos e retirando as viaturas minadas das estradas, e recolhendo por vezes os mortos – rapazinhos que pareciam saídos das escolas, sangrando ainda das suas feridas nos tabuleiros da morgue.
Junto com os outros doze oficiais, foram-nos distribuídos quartos individuais, uma fileira seguida de recintos espartanos com mobiliário mínimo, unidos ao longo de um corredor. A minha condição de androide não era divulgada, para evitar preconceitos, mas alguns dos oficiais e soldados adivinhavam-na ou mesmo a conheciam . Eu fazia o possível por não me trair e não deixar escapar descuidadamente um gesto mais maquinal. Habitualmente acusados de sermos uma forma de vida inferior, dizia-se que não tínhamos reais emoções.


Não fosse a guerra e tudo seria bastante agradável. Os céus eram limpos, as noites estreladas, um espaço imenso. Ao longe duas montanhas idênticas no horizonte. A população local era bastante pobre e grande parte dela trabalhava para o nosso exército por baixa retribuição ou em tarefas domésticas nas casas dos oficiais de alta patente.
Entre cientistas e militares, passei muitos anos no edifício branco e asséptico – que chamávamos o Bloco Beta -- que abrigava o desenvolvimento de androides semelhantes a mim, com quem contudo tinha pouco contacto.
Apesar dos quartos individuais, a tendência natural dos oficiais do grupo ao fim da tarde era juntarem-se num ou noutro dos quartos. Conversava-se, bebia-se muito, fumava-se, alguns liam… Sendo a única mulher entre eles, era objecto frequente de piropos. A situação agradava-me, mas não me apercebia ainda nessa altura de um desejo forte meu por mais intimidade; eu tinha uma sexualidade difusa, como a das crianças, um anseio por ternura e proteção e pouco mais. Com o tempo, porém, e para minha própria surpresa e confusão, a minha atração foi ficando mais forte e sentimentos novos tomavam conta do meu espírito, esse espírito que eu própria duvidava que existisse e não fosse apenas uma imitação baça do humano.
Um dia J.L., um dos oficiais do Grupo, entrou no meu quarto sem eu esperar. Eu acabara de tomar banho e saíra embrulhada na toalha. Habituado a ver-me nas roupas informes do exército, abriu os olhos com surpresa: “És uma autêntica mulher!” Mas rapidamente acrescentou: “Sei quem tu és.” Eu baixei os olhos embaraçada e nada disse – enquanto ele saía. Depois desse episódio as suas atenções comigo aumentaram.
J. L. era um homem clássico, musculoso, de rosto anguloso e carácter um pouco brutal. Com vários pretextos acabava por ficar a sós comigo e assediava-me. Eu não o afastava porém. Por vezes ele agarrava-me os braços, beijava-me e beliscava-me os mamilos por cima da roupa. Eu tinha emoções novas para mim; quando ele se aproximava o meu interior agitava-se e uma espécie de explosão macia espalhava-se por todo o meu corpo.
Mas eu não pensava em aprofundar a relação, e demais conhecia bem a opinião péssima que ele tinha sobre as androides. Se eu cedesse ao seu desejo de intimidade, no momento seguinte ele desprezar-me-ia. Demais, eu era essencialmente um ser sintético, que nem sequer era suposto ter tais pulsões, nem sequer poderia um dia ter filhos. A minha inferioridade agora doía-me profundamente. Um dia à noite pensando em tudo isto senti um líquido escorrer-me dos olhos: eram lágrimas, mas eu nunca tinha chorado antes e não sabia que podia fazê-lo.
O tempo foi passando nestes jogos de assédio. J.L. tinha por mim um misto de atração e repulsa: "Eu amo-te - disse-me ele um dia - mas à minha maneira!" Eu nunca cedia totalmente , apesar de lhe conceder algumas liberdades.
O inevitável acabou por acontecer, mas não com ele: a visita ocasional de um combatente de outro Grupo , um Caçador, despertou-me. Convidei-o para a minha cama, beijei-o com vontade, ele possuiu-me. Era terno, era lindo, e era casado. Junto dele sentia-me pequenina, um pequeno animalzinho indefeso perdido à noite na floresta procurando um dono.
Tudo acabou em breve, com ele a pedir-me desculpa: “Gosto muito de ti, sei a tua natureza, não é isso que me importa, mas sou casado, tenho filhos, não consigo continuar...” Segurei-lhe nas mãos:“ Não peças desculpa, foi muito bom enquanto durou, obrigado meu amor… Sinto por ti muita gratidão, fazes-me sentir humana…”
Depois do adeus, perdi o rumo desse primeiro amante, quem sabe se não teria morrido em combate? Ou talvez vivesse agora tranquilamente no campo, feliz com a mulher legítima e várias criancinhas saltitantes.
Quanto a mim, o amor do Caçador foi um ponto de viragem na minha vida, uma mudança benéfica. Lea, a criatura desprezada por vários, era capaz de sentimentos! Do meu interior, uma amálgama de metal, tecidos e plásticos, tinha brotado inexplicavelmente a capacidade de dar e receber prazer, dedicar-me e fazer alguém feliz mesmo no meio da fealdade que por vezes nos cerca a todos durante a nossa existência. O amor encontra sempre o seu caminho.


Testes
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Em construçao
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